Na telona diferentes culturas, sonhos, história de amizade, relação com pai e mãe, monstros, nos gêneros documentário, ficção e animação. Na plateia, crianças, adolescentes, adultos. Assim foi a Sessão de Curtas Nacionais da manhã de domingo (2), da Mostra de Cinema Infantil, da qual a Estela, de 9 anos, participa há 5 anos.
“Foi muito legal. Nunca tinha pensado num médico de monstro”, disse a menina, referindo-se ao filme “Médico de Monstro”, de Gustavo Teixeira (SP).
Não foi só a ela que o filme impressionou. “Tanto esse filme quanto o “A Luta” tem uma ótima direção de arte”, observou José de Faria, designer, pai da Estela. “E no da luta, teve emoção e fiquei com vontade de ver mais. Você percebe que o filme está muito redondo, bem feito”, complementou.
O José de Faria, mais conhecido como Zé, tocou também num ponto interessante dessa sessão: a questão educativa. Os filmes que falam do povo indígena, foram 3 – as animações “O Awa Poanpé”, de Júlia Vellutini, e “O último índio”, de Maria Teresa Murer, e o documentário “Como Fazer o Pião”, de Rita de Cácia Oenning da Silva -, trazem uma mensagem importante para as crianças. “E precisamos reforçar ela sempre”, pontuou.
“Nesses filmes, especialmente em ‘Como fazer um pião’, fiquei pensando na sabedoria do brincar do índio, que é mais livre”, observou Josiane de Faria, pedagoga, mãe de Estela. No filme, a criança indígena manuseia uma faca na fabricação do brinquedo, sem preocupação em se machucar, revelando uma maneira diferentes de lidar com o mundo.
Em todos os filmes, o foco na importância da união entre as pessoas foi perceptível, o que está muito presente também em “A Primeira Flauta”, de Simon Brethé e Ricardo Poeira, uma fábula visual sobre a origem da música. O curta exalta a ancestralidade da música como forma de expressão humana capaz de criar e fortalecer vínculos entre pessoas.
E assim foi o início do dia de domingo, na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, e também do dia de cinema da família Zé, Josiane e Estela.
Texto: Letícia Kapper
Foto: Kélen Oliveira