O domingo (9) também teve sessões de curtas nacionais e internacionais e exibição de longa de ficção ‘Poropopó’
Imagine que antes de virem ao mundo, os animais ficassem em um lugar isolado aprendendo as habilidades que já nascem sabendo. Essa é a história de ‘A ilha dos Ilús’, que teve sua pré-estreia na 21ª Mostra.
Um ilu é um pequeno ser etéreo e feliz, que, depois de aprender muitas coisas na ilha, é enviado para uma Casa de Entrega e, em seguida, embarca para a vida terrestre na forma de algum animal.
O diretor do longa, Paulo GC Miranda e o produtor Ricardo de Podestá assistiram ao filme na Mostra e participaram de um bate-papo com o público após a sessão.
“O primeiro riso, a primeira vez que você percebe que a criança está interagindo com o filme, aí o coração já relaxa”, revelou Ricardo de Podestá, produtor do longa, sobre a experiência de acompanhar as percepções do público ao longo da exibição.
Durante o bate-papo, as crianças ficaram muito interessadas em saber como surgiu a ideia de fazer essa história:
“A primeira coisa que a gente bate o olho, a gente vê a diferença. E a ideia do filme foi trazer o que nos conecta: olhar para a parte que somos iguais. Então todo mundo começa como Ilu”, explicou Paulo, diretor da animação.
Paulo e Ricardo trabalham juntos há 20 anos e já tiveram alguns filmes exibidos na Mostra ao longo das últimas edições. ‘A ilha dos Ilús’ é o primeiro longa da dupla. No bate-papo, os realizadores revelaram que estão com uma série já escrita, chamada ‘Escolinha dos Ilus’, com novos personagens e focada no aprendizado dos Ilus para serem animais.
A diversidade do Brasil e do mundo
Durante o domingo (9), o público também pôde conferir duas sessões de curtas. Pela manhã, cinco filmes nacionais de diferentes lugares do país, com temas atuais e a pluralidade das infâncias brasileiras: Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará. Já no período da tarde, a sessão de curtas foi com filmes internacionais: foram exibidas sete histórias de seis países diferentes.
A cultura circense invade a sala de cinema
Para encerrar a programação do primeiro fim de semana da Mostra, teve a estreia em SC de ‘Poropopó’, longa-metragem de Luis Antônio Igreja. Após a exibição, o público teve a oportunidade de conversar com Denise Bernardes Barbosa, roteirista do filme.
A história fala sobre uma família que vive no circo e decide tentar a vida na cidade. No entanto, o principal diferencial do longa está na linguagem: os personagens falam gromelô – uma língua inventada. “Eu quis oferecer uma experiência diferente para o público, em que os acontecimentos fossem o foco principal”, explicou Denise. A intenção da roteirista foi criar um filme que o desenrolar da história fosse o foco principal, e não apenas o diálogo – por isso a escolha de utilizar uma língua que não existe.
Filmado em Nova Friburgo, na serra do Rio de Janeiro, o objetivo de Denise foi criar uma história atemporal, que pudesse ser em qualquer tempo e em qualquer cidade – as cenas que mostram os carros, que são apenas fuscas, é um exemplo disso. Mesmo que com essa característica, a produção também se conecta ao lugar onde foi produzido: o elenco infantil do longa foi formado pelas crianças da cidade.