Uma fábula sobre o surgimento da tristeza. Pelos olhos de uma menina de 5 anos, conhecemos a história de um rei que, para proteger a sua filha, resolve trancá-la em uma torre no castelo até o dia do seu casamento. Essa é a história de A princesa e o violinista, produção gaúcha que está concorrendo na mostra competitiva do festival.
O diretor Guto Bozzetti afirma que a concepção do filme foi influenciada por obras que assistia na infância. “A ideia era reproduzir digitalmente as animações de sombra que sempre assisti quando criança e que me fascinavam”, afirma Guto.
Guto revela ter se inspirado na técnica utilizada pelo diretor francês Michel Ocelot – convidado especial da 8ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis – no filme Príncipes e Princesas, buscando uma estilização que lembrasse a obra. “Fiz uma pequena homenagem a esse diretor. O livro que a menina lê no filme, e que a inspira a imaginar a história da princesa e o violinista, se chama justamente Príncipes e Princesas.
Foram quatro meses de trabalho, o que exigiu um planejamento afinado para manter o cronograma. “A ideia era ser simples e eficiente. Por se tratar de um filme financiado por uma emissora de TV (RBSTV), tinhamos um prazo curto, diferente do usual para esse tipo de filme”, afirma Guto.
Ele considera que filmes infantis são muito importantes para incentivar a produção de audiovisuais no Brasil. “Acho essencial por estimular diretores, produtores e mão de obra especializada na animação brasileira, além de criar no público o hábito de assistir coisas com uma cara diferente da que estão acostumados”.
Guto entende que filmes como A princesa e o violinista ajudam o público infantil a aprimorar sua cultura “justamente por tratar de um assunto tabu, como tristeza, solidão e morte de uma forma lúdica e mostrar que podemos ter pontos de vista diferentes daqueles pré-estabelecidos pela mídia de massa, tão politicamente correta e às vezes estéril”.
