A vida dos adolescentes nos curtas metragens

Na telona, curtas-metragens, formato que não faz parte dia a dia da maioria dos jovens estudantes das últimas séries do 1º grau da escola municipal Vitor Miguel, acostumada a ver cinema em longas-metragens, quase sempre americanos e comerciais. Já os temas dos filmes, esses sim são mais próximos e, por vezes, vivenciados por eles. “Eu gostei muito do filme da percussão. O cara expressa o sentimento dele tocando”, observa Mateus Pinheiro, 14 anos, que cursa o 9ª e já tocou o instrumento. Ele se refere ao documentárioTum Tum, de Bruno Martins, um dos curtas exibidos na Fiesc, durante a Sessão Jovem, da 14ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis.

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Fotos Daniel Conzi

Assim como ele se identificou com a história deAndré Luiz, que quer viver de música, a Kethelyn Gonçalves, 14 anos, enxergou em O mar de Teresa, de Dilea Frate, parte de sua trajetória. “Eu achei legal, porque tem muitas meninas que têm vergonha da fase da menstruação e da mudança do corpo por não entender. Eu não tenho mais. Já entendo um pouco”, conta.

O filme da diretora Dilea, que acompanhou a sessão, é experimental – mistura animação, ficção e documentário –  e fala das transformações do corpo e no estado de espírito das meninas quando entram na adolescência. “E para o menino, é diferente, porque não passamos por isso. E também é tudo mais aberto. conversamos com os amigos e com o pai”, opina Lucas Oliveira Silva, 15 anos, namorado de Kethelyn. Os dois cursam o 9ª ano do 1º grau.

Mas cada um pensa de um jeito e gosta de uma coisa. A Maria Fernanda Campos, 13 anos, por exemplo, adorou o filme Dream Catchers, de Gabriel Freire. A animação narra a história de Alice, que no meio da madrugada acorda bruscamente.  Frustrada pelo apanhador de sonhos que fica acima da sua cabeceira não ter funcionado, ela tenta passar a madrugada inteira acordada. No entanto, acaba descobrindo que o único jeito de vencer o monstro que a persegue em seus pesadelos é o enfrentando ― cara a cara e de uma vez por todas. “É terror. Eu gosto do gênero e de animação também”, relata a estudante.

O fato que é as turmas da escola municipal Vitor Miguel viveu a experiência do cinema numa manhã de terça-feira, a partir da projeção filmes nacionais selecionados criteriosamente pela curadoria da Mostra.“Eu fiquei pertinho deles e percebi as reações. E o importante é que as produções levam eles de volta a condição de pré-adolescente, porque a maioria dos filmes mostra isso. Fora da tela, nessa idade, eles querem ser adultos”, afirma a professora de teatro, Gisele Knutez.

Foram exibidos, além dos filmes mencionados acima,Marina não vai a praia, de Cássio pereira dos Santos;3 temas para 60 janelas, de Jeferson Abacatu; e Cadente, de Diego Lopes e Claudio Bittencourt.

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Publicado em 09 junho 2015


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