Na tarde de quarta-feira, 2 de julho, 220 crianças se acomodaram nas cadeiras do Clube 7 de Setembro, em Palhoça – região metropolitana da capital – para mais uma sessão itinerante da 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Muitas delas, vindas de bairros carentes, tiveram que caminhar meia hora para chegar ao local da exibição. O esforço compensou. Quando as luzes se apagaram, a tela iluminada se refletiu em olhos brilhantes de encantamento. Em um município onde as opções culturais para o público infanto-juvenil são quase inexistentes, 1.200 crianças foram beneficiadas nos últimos dias.
Desde a semana passada, as mostras itinerantes estão levando cinema infantil a mais de 7 mil crianças, jovens e adultos de Palhoça, São José e diversos bairros de Florianópolis. Este é o primeiro ano em que a Mostra extrapola os limites da capital. Pela calorosa receptividade que a idéia teve, tudo indica que veio para ficar. “É uma felicidade para elas”, diz Jeanine Nahas, professora da rede pública de ensino que organizou o evento em Palhoça. “Tem professora que abraça e beija a gente na hora de ir embora. Os filmes têm lirismo, poesia, inocência e respeitam a inteligência da criança”, elogia. Jeanine conta que sua filha freqüenta a Mostra desde a primeira edição e hoje, aos 18 anos, trabalha como voluntária. “Gostei muito”, disse um menino ruivo na saída do clube, enquanto comia pipoca: “Só vou ao cinema uma vez por ano, queria ir mais”.
A mostra itinerante deste ano tem cinco curtas-metragens para a faixa etária de seis a dez anos. “A vida do Aedes Aegypti – o mosquito da dengue” (de Pedro Pazelli, RJ, 2008) ensina de maneira divertida como prevenir a dengue. Em “Cordélicos – 5 cabras e 1 Destino” (de Ale MacHaddo, SP, 2006), cinco cangaceiros viajam para o futuro e enfrentam um vilão extraterrestre. “Minha rainha” (de Cecília Amado, RJ, 2008) conta sobre uma menina que sonha em ser porta-bandeira e vive o primeiro amor. “Na pista do apito” (de Daniel Chaia, SP, 2008) narra as aventuras de um menino em busca de um amolador para afiar uma tesoura. “A pisadeira” (de Ricardo Carneiro, animação, DF, 2007) é sobre um menino guloso que recebe a visita de uma assombração durante o sono e é salvo pela mãe.
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Foto de capa: Cleide de Oliveira