Mostra está ainda mais acessível em sua 23ª edição

Fotografia de um homem utilizando Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante um evento. Ele veste uma camiseta azul com o logo da "Vigésima segunda Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis". Ao fundo, há um banner com o mesmo logo, destacando a frase "Vigésima segunda Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis", e um design colorido em tons de laranja, branco e cinza. O ambiente parece ser interno, com iluminação focalizada.


Foto: Carolina Arruda

Este ano, a acessibilidade está ainda mais presente na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, um dos primeiros festivais a realizar sessões na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e com audiodescrição, mesmo antes de qualquer exigência legal. Para nós, a acessibilidade é um direito fundamental e inegociável e a criação de níveis de acessibilidade, como metodologia de trabalho, nos auxiliou a alcançar novos públicos. 

É essencial que a acessibilidade progrida de maneira gradual e constante, sempre em direção ao ideal de uma inclusão plena e equitativa. Esse avanço contínuo garante que, passo a passo, possamos superar barreiras e criar ambientes verdadeiramente acessíveis para todos. Essa abordagem equilibra a relação desafiadora entre a crescente e legítima demanda por acessibilidade e os recursos disponíveis, permitindo a realização de diversas ações.

Portanto, na prática, nosso compromisso com a inclusão na 23ª edição da Mostra se reflete no desenvolvimento desses diferentes níveis de acessibilidade, com o objetivo de criar um trabalho consistente e permanente.

É crucial compreender que festivais e mostras desempenham um papel fundamental ao oferecer acesso ao cinema para pessoas de todas as idades e classes sociais, especialmente crianças, em contraste com os altos valores dos ingressos nas salas comerciais. Essas iniciativas permitem que o cinema brasileiro chegue a um público mais amplo, contribuindo para a formação de novas plateias e fortalecendo o vínculo do público com as produções nacionais. Isso é um aspecto fundamental da inclusão.

Para além disso, estamos executando ações como tornar as redes sociais mais inclusivas para pessoas cegas e surdas, por meio da adição de descrições de imagens e sons, com o já conhecido #ParaTodosVerem ou o uso da #ParaTodosOuvirem. Todos os conteúdos publicados nas redes sociais passam por uma revisão, a fim de evitar qualquer forma de preconceito contra grupos diversos.

Também criamos um convite em LIBRAS para que a comunidade surda possa ter conhecimento sobre as sessões com interpretação. Afinal, não basta oferecer recursos de acessibilidade, é fundamental garantir que as informações cheguem ao público-alvo, fazendo com que se sintam convidados a participar.

A sessão de abertura da Mostra, que traz a série Gente Verdadeira, do diretor Chico Faganello, será acessível através do aplicativo Mobiload. Os usuários baixam nos seus celulares o conteúdo desejado (libras, audiodescrição e legendas para surdos e ensurdecidos) e eles são sincronizados automaticamente na sala ou em qualquer espaço onde os conteúdos sejam projetados. Essa solução permite que salas e eventos não preparados com equipamentos de transmissão também possam ser frequentados por pessoas com diversidade sensorial. 


Série Gente Verdadeira de Chico Faganello

Acessibilidade digital

Incluímos um vídeo explicativo em nosso site (veja abaixo), orientando os visitantes letrados em LIBRAS sobre como acessar a programação. Atualizamos o site com alguns plugins de acessibilidade, como a suíte Vlibras, um plugin que visa garantir o primeiro passo para a acessibilidade digital às pessoas surdas que façam o uso da língua. 

As comunicações destinadas à comunidade surda, por exemplo, serão realizadas por uma criança CODA (criança ouvinte com pais surdos), reafirmando nosso compromisso com a representatividade e promovendo uma significativa sensação de pertencimento.

Livro “Neurodivergente” será lançado na Mostra

Uma mulher de cabelos castanhos e longos sorri enquanto segura um livro aberto. Ela veste uma camisa branca. A capa do livro é colorida e traz a ilustração de diversas crianças, cada uma com características físicas diferentes. O título do livro, em destaque, é "NeurodiverGente". A autora, Tatiane Moraes Garcez, aparece indicada na capa. O fundo da imagem é neutro, com uma tonalidade azul clara.

Tatiane Moraes Garcez

Outro nível importante de acessibilidade será a aproximação de públicos e famílias neurodiversas, com o lançamento do livro “Neurodivergente”, de Tatiane Moraes Garcez. Essa iniciativa reforça o direito de participação de todos, para além das salas e, ainda aproxima as famílias aos conteúdos sobre diversidades dentro do tema. 

Essas ações, somadas às inúmeras sessões acessíveis em LIBRAS e Audiodescrição na sala de cinema e sessões com LIBRAS em escolas municipais (por meio da parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis), representam avanços importantes que vieram para ficar, pois o protagonismo das diversidades continua a ser um pilar fundamental da Mostra em toda a programação disponível. 

Estamos confiantes que em um futuro breve,  com o aumento dos apoios financeiros e o fortalecimento de parcerias, essas iniciativas serão ampliadas nas próximas edições, assegurando que a acessibilidade evolua de maneira constante e responsável, integrando cada vez mais pessoas à Mostra.

Queremos assim mobilizar a todos para que repliquem essa ideia e nunca desistam da inclusão.

Por Ana Roman
Assessora de acessibilidade

Confira toda a Programação Acessível


Publicado em 07 outubro 2024


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