Paulistas e catarinenses levaram o maior número de prêmios do festival
Paulistas e catarinenses são os grandes vencedores da 15ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. O encerramento do festival ocorreu neste final de semana no Teatro Pedro Ivo. Os filmes escolhidos pelos júris oficial adulto, infantil e júri popular foram conhecidos no final da tarde de domingo e logo após o anúncio foram exibidos os melhores curtas.
Pela primeira vez, a Mostra realizou um júri com as crianças. O júri oficial mirim escolheu a animação Virando gente, de Analúcia Godoi, de São Paulo. No curta, um bebê fala da sua percepção do mundo ao nascer. O que mais encantou os jurados na narrativa foi a trajetória do bebê diante da experiência de chegar ao mundo – entre elas a descoberta da luz. Com idades de 10 a 12 anos, o júri foi formado por Fabiana Alfen, Marina Koehler, Guilherme de Souza, Helena Dutra e Davi Lopes.
Além da Melhor Ficção, título concedido ao curta Bá, de Leandro Tadashi (SP) e Melhor Animação para O jovem príncipe, de Ducca Rios (BA), o júri adulto, concedeu o Prêmio de Melhor Documentário para Meninos e Reis, de Gabriela Romeu (SP), pela expressividade de filmes do gênero nesta edição da Mostra.
Bá foi escolhido pelo tratamento sensível da relação afetiva de um menino com a sua avó. O jovem príncipe levou a Melhor animação principalmente pelo roteiro e eficiência na comunicação com as crianças sobre uma história de amizade e de respeito a escolhas pessoais. A professora de cinema Marta Corrêa Machado, a produtora Lícia Brancher e o diretor Lucas de Barros formaram o júri adulto.
No curta No fim da trama, realizado em Santa Catarina, e escolhido pelo júri popular, um menino de 10 dez anos está apreensivo porque tem que superar um desafio. Guto, produtor e representante do filme na entrega dos prêmios junto com a atriz Camila Araújo, destacou a importância da escolha do júri popular para a carreira do filme junto ao público.
A Associação Brasileira de Cinema de Animação concedeu Menção Honrosa para o curta Fora da caixa, de Edemar Miqueta (SC), principalmente porque é uma homenagem cuidadosa feita sobre silhuetas feitas com recortes de papel inspirada no cinema de Lotte Reininger. O representante da ABCA também estava presente no encerramento do festival Wiliam Andrade.
No encerramento da Mostra, Luiza Lins destacou a importância de políticas culturais como estímulo e circulação da arte brasileira. A 15ª edição da Mostra ocorreu ao longo de dez dias, com programação aos finais de semana no Teatro Pedro Ivo, sessões escola no Cinema do CIC e mostra itinerantes pelas escolas de Florianópolis, com um público superior a 10 mil pessoas.
Há ainda o circuito estadual em andamento, que ocorre de março e outubro na maioria das cidades de Santa Catarina com os DVDs distribuídos anualmente pelo festival, cujos números não foram fechados ainda. Ao longo de 15 anos a Mostra já chegou a mais de 500 mil espectadores.
Um dos destaques deste ano foram as sessões de pré-estreia de três longas nacionais e a apresentação de MC Soffia no Palquinho da Mostra. O encerramento ocorreu com um bailinho no hall do Teatro Pedro Ivo no final da tarde de domingo.
JÚRI OFICIAL DAS CRIANÇAS
Melhor Filme
Virando gente, de Analúcia Godoi (SP)
Um menino chamado Bruno, conta como começou a perceber a si mesmo e o mundo ao seu redor, desde quando ainda estava na barriga da sua mãe.
JÚRI OFICIAL ADULTO
Melhor Ficção
Bá, de Leandro Tadashi (SP)
O menino Bruno é obrigado a lidar com as mudanças que ocorrem em sua vida quando sua “Bá” (de Batchan, avó em japonês) é trazida para morar em sua casa.
Melhor Animação
O jovem príncipe, de Ducca Rios (BA)
O Jovem Príncipe pede ao Rei que lhe dê um pônei e o Rei o imagina como guerreiro de sua cavalaria. Eles vão ao bosque encantado e vários pôneis e criaturas encantadas se apresentam ao garoto, porém ele não gosta de nenhum. No fim, opta por um pônei cinza e magro, mostrando que a amizade e o carinho não são baseados na aparência (O Rei se surpreende, mas logo depois sorri).
Melhor Documentário
Meninos e Reis, de Gabriela Romeu (SP)
Num dos folguedos mais populares do Cariri cearense, o palhaço pinta a cara de preto, crianças aprendem a jogar espada com destreza e meninas crescem como rainhas. Mas Maria, a rainha de um dos reinados mais tradicionais da região, está no último ano de reinado e encara o drama de passar a coroa para a irmã mais nova, vivendo um verdadeiro rito de passagem.
JÚRI POPULAR
Melhor Filme
No fim da trama, de Patrícia Monegatto (SC)
Léo, um menino de 10 dez anos, está apreensivo. É dia de São João e ele foi nomeado o condutor da dança do Pau de Fitas. Ao lado de Estela, seu par, Léo tenta resistir a à pressão exterior e recordar-se de cada passo, para que cada gesto ensaiado saia perfeito. Um passo em falso pode travar a fita, interromper a dança e por um fim na trama.
MENÇÃO HONROSA ABCA
Fora da caixa, de Edemar Miqueta (SC)
Você se lembra de quando era criança e olhava a vida com entusiasmo e admiração? Tudo era mágico e empolgante, e as menores coisas o enchiam de emoção. Você ficava fascinado com o orvalho que se acumulava nas folhas, com uma borboleta batendo as asas no ar, com qualquer pedra estranha que encontrasse no chão.
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