Sobrou emoção, e não poderia ser diferente, no primeiro dia da 18ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. O principal festival de audiovisual para a infância do país começou na tarde de sábado, lotando o Teatro Governador Pedro Ivo para a intensa maratona de exibições de filmes, que começou de forma especial, com a pré-estreia do longa mexicano “Tesouros”, dirigido por María Navaro, e dublagem ao vivo feita por crianças – uma das novidades da Mostra. Um público de 1,2 mil pessoas compareceu à abertura.
Seguindo na tradição de oferecer uma programação totalmente gratuita, a Mostra celebra também uma edição eminentemente artística, dada a pluralidade de filmes e percepções sobre todas as formas de infâncias. “Realizar uma mostra de cinema e outras atividades culturais se tornou a minha vida. E hoje a mostra é mais que um evento, ela se tornou uma política cultural. Agradeço aos pais, mães e familiares que estão aqui acompanhando seus filhos para uma experiência artística por definição”, comemorou a idealizadora e diretora do festival, Luiza Lins.
Uma estreia especial
Uma vez que as luzes se apagaram, ao fundo da plateia uma turminha em especial encarava a expectativa e ansiedade da sua estreia particular. Trata-se do grupo de oito crianças dubladoras encarregadas da missão de interpretar ao vivo, pela primeira vez na história da Mostra de Cinema Infantil, um longa-metragem internacional. E não era qualquer filme, mas a premiada aventura “Tesouros”, uma história lúdica que se passa em uma cidade litorânea do México. Há um mês a patotinha formada por Alice D’Ávila, Arthur Artoni, Bárbara Lima Santana, Clara Cairuga Miguel, Gustavo Machado Marcos, Kauã Cacace, Maria Alice Marian e Nicolas Kalhmann ensaiou sob a coordenação do ator e dublador Igor Lima. Ao final da sessão uma calorosa ovação da plateia e, nas palavras dos pequenos, a sensação do dever cumprido, de que tudo valeu a pena, inclusive o nervosismo com a estreia.
Homenagem ao parceiro!
Nesta edição a Mostra prestigiou um dos parceiros mais importantes ao longo da trajetória do evento. Irani Brunner Apolinário, Diretor do Teatro Pedro Ivo, recebeu das mãos da diretora Luiza Lins, o troféu Amigo do Cinema Infantil. “É um grande prazer contribuir com a Mostra, que há nove anos preenche este local com muita alegria. É sempre bom ter criança por perto”, afirma o homenageado.
Curtas na tela
Tesouros foi a largada para a maratona de exibições, especialmente nas duas sessões de curtas nacionais, num total de 16 filmes que atraíram centenas de famílias. E teve de todos os gêneros, da animação à ficção e documentários. Após as sessões, realizadores conversaram com as crianças sobre a experiência de fazer cinema. Uma em especial cativou o público, um grupo de crianças alunas da Escola dos Sonhos, de Florianópolis, responsável pelo curta-metragem “Carlitos Esfomeado”, curta em stop motion produzidos em 2018 e que para a surpresa dos pequenos foi selecionados para a mostra de curtas nacionais deste ano.
Festa no Palquinho
A Mostra não é só de cinema, mas de todas as formas de arte. O tradicional Palquinho novamente marcou presença com shows musicais. No intervalo entre as duas sessões de curtas nacionais, Chica & Adê fez a garotada dançar com o show “Lagusta Laguê”. Uma diversão não só para os pequenos, mas para muitos papais e mamães que cresceram nos anos 1980 embalados pela música da dupla de Florianópolis. “Lagusta Laguê”, que virou um hit regional até os anos 1990, agora cativa uma nova geração.
Reencontro com um velho amigo
O sábado da Mostra encerrou com mais uma dose de emoção. A Sessão de Longa Internacional, que fechou a programação às 19h, marcou o reencontro do festival com a obra de um velho e carinhoso conhecido: o longa “Dilili e Paris”, do diretor francês Michel Ocelot. O filme que mistura animação com imagens reais é uma aventura que se passa durante a “belle époque”. Com “Dilili Em Paris”, a Mostra de Cinema Infantil mantém a tradição de exibir toda a filmografia deste cineasta considerado “amigo do cinema infantil”.