A Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis está crescendo. Já superou a dificuldade dos primeiros passos, já aprendeu a falar – já tem oito anos. Mas não foi só ela que cresceu. Seus primeiros espectadores, lá no começo de tudo, não são mais criancinhas, mas isso não significa que devam ficar órfãos da Mostra de Cinema.
Foi pensando nisso que a organização do evento propôs a Sessão Jovem, uma forma de permitir que o público inicial da Mostra, agora adolescente, tenha um espaço dedicado a ele. “Todo ano nós recebemos vários filmes dedicados a essa faixa etária intermediária, nem criança e nem adulto”, conta Melina Curi, uma das produtoras do evento. “Assim surgiu a ideia, e agora o público que cresceu pode continuar vindo”.
É no sábado, dia 4, que isso acontece: na sessão das 18 horas, a faixa etária dos filmes sobe para maiores de 12 anos, que poderão acompanhar histórias sobre as dificuldades da passagem da infância para a adolescência, em produções como Quando o Universo Conspira, de Caio Bortolotti, sobre um garoto que quer conquistar uma garota, mas não consegue, e precisa da ajuda de entidades como o Tempo, o Vento, a Chuva e a Música para alcançar o objetivo.
Os curtas da Sessão Jovem abordam, ainda, temas mais complexos que os outros filmes da Mostra. “São assuntos que introduzem um pouco da fase adulta para os adolescentes. As trilhas são de rock, interessa mais ao público jovem”, explica Melina. Em Estamos a um milhão de milhas de distância, por exemplo, produzido no Rio de Janeiro pela Cinema Nosso, um homem anda pelo mundo sem destino e sem saber onde quer chegar, além de ter medo de não chegar em um lugar que possa valer a pena.
Um dos filmes que serão exibidos, Como comer um elefante, já ganhou prêmios no festival Anim!arte, no Em Curta, no Baixada Animada e no festival da ABI. Agora, depois de passar por Florianópolis, irá para uma mostra na Austrália. Jensen Raveira, o diretor, conta que a ideia inicial era fazer um projeto sobre O Pequeno Príncipe, mas estava ficando muito extenso. “Então eu resolvi fazer uma animação sacaneando um pouco”, ri. O resultado é uma comédia sobre uma aspirante a miss que não consegue entender a história do livro de Antoine Saint-Exupéry.
Os outros curtas exibidos serão O anão que virou gigante, de Marcelo Marão; A última lenda, de Alexandre Bersot; Marino, de Rafael Figueiredo; Rose Dolls – Hora do show, de Rodrigo Santos; Dois mundos separados, de Eliana Carneiro; O despejo ou… Memórias de Gabiru, de Sergio Glenes; e A Ilha, de Alê Camargo.