O primeiro sábado (8) da 21ª edição teve exibição de 10 curtas-metragens nacionais, entre eles as pré-estreias no Brasil dos catarinenses “O Monstro do Pântano do Sul” e “Dás um banho, Zé Perri!”
Plateia cheia, filmes nacionais de qualidade e pré-estreias de curtas-metragens catarinenses marcaram a tarde de sábado no Teatro Governador Pedro Ivo. E, além das incríveis narrativas na telona, teve bate-papo após as sessões com os realizadores dos filmes: uma grande oportunidade do público conversar com quem faz os filmes.
A primeira Sessão de Curtas Nacionais rolou às 16h e teve filmes de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Após a exibição teve bate-papo com a equipe de dois filmes: ‘Os bastidores de Renata e os Monstros: Valentina’, de Rita de Cácia O. da Silva e Kurt Shaw, ‘O Monstro do Pântano do Sul’, de Marko Martinz, pré-estreia nacional.
‘A pandemia trouxe os monstros para cima”, evidenciou Rita de Cácia O. da Silva. Durante o isolamento social, a diretora criou um roteiro colaborativo de forma online com crianças de todo o Brasil.
O curta-metragem ‘Os bastidores de Renata e os Monstros: Valentina’ é um documentário que traz as reflexões de Valentina, uma das roteiristas de “Renata e os Monstros”. Ao longo do filme, a menina fala sobre como inventou as ideias para a narrativa de ficção infantil e questiona o motivo de os monstros sempre serem abordados como criaturas ruins.
Filmes e Monstros
No bate-papo, elenco e produção de ‘O Monstro do Pântano do Sul’ – que teve pré-estreia na Mostra- contaram curiosidades sobre o filme. Gravado no bairro Rio Vermelho – Florianópolis, curta de terror para crianças teve um elenco composto por 15 crianças, que também participaram da construção do roteiro. Foram dois dias de filmagem e a trilha sonora foi produzida pela banda catarinense Skrotes.
Durante o bate-papo, a Betina, na plateia, questionou: “Vocês vão fazer outro filme?”. E a resposta de Marko Martinz, diretor do curta, animou as crianças: “O próximo filme será uma história de zumbi para crianças, com o título – O Cemitério do Parque da Luz.”
Programação intensa
Fechando a programação do dia, quatro curtas-metragens nacionais foram exibidos na Sessão Jovem: ‘Faísca’, de Luca Tarti e Paulo Lima, ‘Para não esquecer da guerra’, de Marcia Paraiso, ‘Discagem’, de Guilherme Gila, e ‘Dás um banho, Zé Perri’, de Zé Dassilva. Após a sessão, o público participou de um bate-papo.
A história vive
A Guerra do Contestado, um conflito que aconteceu há mais de 100 anos na fronteira dos estados do Paraná e de Santa Catarina, foi abordado em forma de texto, música, dança e poesia no curta-metragem ‘Para não esquecer a guerra’, de Marcia Paraiso. O filme foi exibido na Sessão Jovem.
Apresentado em forma de peça teatral dentro de uma igreja por alunos de uma escola rural de Lebon Régis, no meio-oeste catarinense, a história foi escrita e produzida pelos estudantes com base no que aprenderam sobre o fato histórico.
“Esse trabalho foi mostrado pela primeira vez em Lebon Régis e ao ver a qualidade do trabalho dessas crianças eu sugeri e procurei que a gente fizesse uma gravação profissional. A Plural Filmes adotou a ideia e hoje a gente está aqui mostrando essa produção”, Carlos Nedi Veiga da Silva, Coordenador de Projetos da Associação Cultural Coração do Contestado, que veio da cidade natal para conferir a exibição.
Um piloto francês aterriza em Florianópolis
Gravado em diversas regiões de Florianópolis, o curta-metragem ‘Dás um banho, Zé Perri!’ fez sua pré-estreia no Brasil na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Escrito e dirigido por Zé Dassilva, o filme já foi selecionado para 24 festivais de cinema no exterior.
A história aborda a passagem do escritor e aviador francês Antoine de Saint-Exupéry em Florianópolis. Ambientada em 1930, a ficção mostra a aventura de um humilde desenhista que tenta realizar o sonho de sua amada: dar uma volta a bordo de um avião. O curta-metragem é recheado de referências de ‘O Pequeno Príncipe’, clássico de Saint-Exupéry.
Durante o bate-papo, Zé Dassilva revelou que escreveu o roteiro há mais de 20 anos e que durante a pandemia surgiu a oportunidade de fazer esse avião decolar.
Fotos: Carolina Arruda